18 de julho de 2010

Petit mort.

Quantos sábados perdidos em lembranças insignificantes. Enquanto enrolas nos teus dedos rápidos promessas de amor regadas a vinho. Comovente é a saudade. Nem a fome, nem a falta de cigarro ou mesmo o frio- nada me coloca mais comovida quanto a saudade dos teus abraços quentes. Cinco minutos da tua ausência fodendo com a sanidade pouca que sobreviveu aos cinco minutos do teu percurso quarto-sala-porta. Você é a sombra que agora observa-me das árvores além da janela. Você é a chuva. No caos que instalou-se no meu apartamento perco-me no caminho automático até a cozinha e vejo-me na varanda fria e chuvosa. Se é a chuva então abro a boca e engulo a tua matéria gelada. Se é a sombra viro-me para a parede e sou apenas os contornos escuros. Não era para ter acontecido dessa forma. Mas de repente veio a fome, a chuva e o frio. De repente veio a solidão acompanhada pela banda que descobri e que canta a tua falta de direito em foder assim com os dias que em mim deveriam ser libertadores. Não era para ter acontecido dessa forma, mas foi exatamente assim que aconteceu. Comovida como o diabo encaro as noites fria & chuvosas que desenrolam-se a minha frente. Até que.

Um comentário:

Laís Suriano disse...

Parabens pelo blog. Lindos textos.