15 de julho de 2010

2046.


O homem morto na sala de jantar transcendeu a música. Enquanto nos relógios os minutos passam de eternidade em eternidade. Enquanto eu fumo cigarros imaginários pela carteira vazia & garganta inflamada. Enquanto a existência me toma toda a força e pequenas mortes enchem o cinzeiro vazio de cinzas.  O cheiro do incenso de rosas chega as minhas narinas como um lembrete de que arrumei a casa e lavei as roupas. Sentada na cama do meu fracasso há cinco horas, trinta infinitos e duas mortes espero que a porta se abra e fecho-me no vazio dessa existência rala.
(As palavras molhadas e perdidas, no deixá-las na janela e: chuva.)

Nenhum comentário: