5 de junho de 2010

Mil perdões.

Agora que a noite terminou de cair e da minha boca esse gosto amargo não saiu. Olharei para o escuro e lá te encontrei. Em cada ausência, de luz & vida, encontro algo que deixaste para trás. Na sua pressa em sair de mim esqueceste de me avisar. Essa fuga constante, não enxergas que foges apenas de ti? Quando desvias teus olhos dos meus o fazes somente para não ter que enxergar na minha íris manchada o seu rosto em pleno desamor. Tens, meu bem, vergonha da dor que causas. Não negues mais, não me finjas de louca - dentro de ti algo morto quer sair. Acendo um cigarro e n'outro parágrafo te direi que:
minhas promessas vãs te criaram como és. Essa fidelidade ao amor, que queima feito magma no meu peito, fez de mim uma falsa profeta. Esses dias eternos de convalescença tornaram-nos reféns do silêncio dos amantes que desviam o olhar. Tua totalidade não mais me pertence (quiçá as ilusões cessaram nesse outono de descobertas). Devolva minhas chaves e deixe na caixa de correio meu coração. Tornarei as coisas mais fáceis, dispararei a arma e pintarei meus olhos com a pólvora.

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