19 de abril de 2010

12:12

Desculpa a demora em escrever. Tive que fechar os olhos e respirar - colocar as coisas em ordem depois desses anos em que rejeitei a ordem pensando que lugares certos roubariam de mim algo qualquer que necessito para viver. Comecei pelo museu de memórias: sou uma aficcionada por lembranças ruins. Coleciono sortilégios, heresias e cruzadas. Sirvo-me de porções gigantescas desse lembrar constante das pedras que foram colocadas no caminho - por mim e por outros. Espero, e só agora percebo isso, pelas pedras na ânsia de fazer delas uma ponte: o destino só existe para nos confortar por cometermos o mesmo erro de novo e de novo. Nesse mundo meu onde sou deus de mim destrui todas as pontes e fiz dos escombros barricadas - preciso da solidão completa para só então entender que não posso ser sem o outro para ser comigo. Observei um ninho caído e um pássaro filhote morto. Serei sempre criança nesse infinito do ser - precisarei sempre de alimentos para minh'alma em constante (des)formação. Desconstruir-me-ei com o único objetivo de me reinventar - acredito que de quando em quando todos precisamos voltar a ser pássaro filhote com a boca aberta em uma espécie de fome do mundo. Então,

Um comentário:

Laryssa Hallak disse...

aiai, teu dom de me fazer enxergar as tuas palavras. De poder inventa-las diante dos meus olhos.

foda. ;)