25 de março de 2010

(Depois do) limite.

Então meus dedos de unhas ruídas percorreram toda a extensão da cólera que nascia em minh'alma transbordando pelo nariz olhos e boca. O olhar fixo em algo concreto mas as idéias transpassando esse mundo do sólido. Quis mostrar o revés de tanto amor jogado no lixo, mas você sempre sem ouvidos para a vida que não te acaricia o ego. Já era tão tarde em mim quando finalmente consegui olhar para os teus olhos e não ver nada além das ausências de tudo o que importa nessa vida, e além. Consegui naquela tarde chuvosa e as gotas d'água fustigando minha janela, consegui enxergar na tua mudez a falta do que falar. Monstro sem língua sem alma e sem cor que entrou na minha vida e me fez acreditar no meu ser errado. Nesse vômito que substitui a asfixia desde o dia em que nunca mais entrego ao mundo essas certezas de que acreditar é burrice dos amantes que amam sozinhos de olhos fechados. Pode pegar tudo, eu não preciso mais de artifícios para lembrar- essa consciência está pintada com tinta vermelha nas paredes d'alma.

Um comentário:

Gustavo Reis disse...

gostei do seu blog, dos seus textos