17 de fevereiro de 2010

Sobre as coisas não entendidas;

Os carros passam pela janela desse andar térreo cuspindo sujeira & barulhos altos demais. O celular jogado na cama grita pela falta da bateria: pela falta da força gritamos os dois como se sinfonia muda da solidão. Quando amanhece e meus olhos permacem abertos e secos sempre olho para fora e sou espectadora solitária do show esquecido de cada manhã. Imagino em mundos além do meu próprio quantos espectadores assistem ao ritual da vida que vive para além das nossas (in)certezas. Minha fragilidade forte me dá a coragem suicida de dormir e acordar e dormir e acordar.
E dia desses um sol nascendo envolto pela poluição dessa cidade que me contem e me repudia em uma relação de amor e ódio não enxerguei em mim todo desespero e tristeza. Nesse amor que tenho inventado além dos nós e pedras do caminho. Nesse amor onde eu sou objeto e sujeito tenho o controle de cousas que julguei incontroláveis.
Banho-me em suposições de chegadas que são partidas e reecontros que não sei se sairão do mundo das idéias. Agora respiro fundo e a merda com os 'se's. Vou guardá-los no fundo da mala e só encará-los de volta quando voltar para a ilha que não tem nada de santa.

Um comentário:

Luciana Donadéli disse...

Por um tempo acreditei que São Paulo pudesse despertar em cada um de nós sentimentos extremos de forma estranhamente perturbadora. Talvez eu não estivesse errada.
Sei o quanto podemos nos tornar insóbrios ao jogar em uma relação, mas o que mais podemos fazer que não inclua perda? Mais difícil que sofrer em um amor é sofrer sem ele. Então o que resta à nós?
Quando encontrar respostas que lhe sirvam, empreste-as à mim!