31 de janeiro de 2009

'She's lost control'.

Nos dias quentes e o suor pingando perco o controle. Algo se quebra, algo se mexe: algo diz em silêncio que vá! Perdi o controle de novo.
São só mais alguns sintomas. Vou fazer o que posso. Marcarei uma consulta de emergência. Juro que vou tomar todos os remédios. Juro que vou em todas as sessões de terapia. Não vou mais me perder em descontrole.
Só que tem algo que me incomoda, como cabelo na garganta ou o quase amanhecer. Não. Não sei se não é assim que vou ter que viver. Se perder o controle não é o meu funcionamento.
Mas vou parar de gritar. Não quebrarei mais nada. Não tocarei mais em facas. Vou colar sorriso prozac no rosto e fazer tudo que tem ser feito. Viver a vida que tem que ser vivida (?).
O perigo é a noite de sono de todos enquanto eu penso em tudo que não devo pensar. Mas, de novo, não será esse o meu funcionamento?
As coisas estavam indo bem. O meu método de lidar com a vida, com a dor e com todo o resto estava funcionando. Ele é estranho e pouco saudável. Mas estava funcionando.
Mas vou parar de gritar. Não vou mais me jogar no chão. Vou esperar as noites de sono de todo o resto do mundo e só então vou perder o controle. Só para mim. Só o meu controle. Só o grito baixo e o se deitar no sofá. É tudo muito simbólico. Mas acaba sendo a mesma coisa.
Assim que amanhecer e que o horário me permetir vou ter o controle e vou marcar a consulta de emergência. Dá vontade de risos no canto da boca: tudo é uma emergência- viver é uma ordem.
Mas, eu juro, vou manter o controle.

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