9 de agosto de 2008

Chão morto.

Pé. Meu pé. Meu pé direito. A sala se mostrando à mim: cortina de cetim vermelho, enorme sofá em éle com manchas de não-sei-o-quê. Muitas pessoas, muitos copos, muitas vozes, muita vida. Além de mim. Exterior à mim. No mundo que existe (!) alheio à mim e que de mim nada depende. Nesse mundo há vida. Nos outros mundos, nos outros egos, no outro que não eu também há vida.
Prefiro pensar que sim, ou: estamos todos mortos.
Não tenho tempo para achar algo que comprove. Não tenho tempo para olhar nos olhos e não-achar o brilho, nem para achar: não tenho tempo de olhar nos olhos.
Não tenho tempo de.
Não tenho (olhos).

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