Agora eu tenho um caderno no qual escrevo todas as noites. Escrevo assim cuspido escarrado sangrado. Sem pontuação, sem letra maiúscula, sem sentido- principalmente sem sentido.
Escrevi quinze páginas ontem e foi muito bom.
É um caderno meu: de mim para mim mesma. Não vou publicar nada que eu escreva lá e nem dá-lo para ninguém ler.
Para eu que divido tudo com todos, conto tudo para todos, falo e falo e falo é muito bom ter algo assim; acho que até faz bem, sabe, não ser assim completamente de ninguém e ser um pouco mais minha.
3 comentários:
Sabe,
Lembro de quando eu conversava até com as faxineiras no colégio sobre isso e aquilo, "pessoa x"," pessoa que não posso falar o nome", "aquela pessoa que eu odeio", "aquela pessoa que eu amo" e frases.
Um dia vc acha aquilo tonto, mas depois se perdoua pq no fim buscamos, talvez, por um olhar, ou uma palavra perdida dita sem querer, mas que agente possa entender como " tudo bem sentir tudo isso, tudo bem ela não gostar de vc, tudo bem vc ter de me contar tudo o que eu não entendo"
talvez seu diário seja vc dizendo pra vc mesma que...
Tudo bem. =)
E isso é bom.
um moleskine de palavras.
eu tenho tanto caderno espalhado pelo quarto e gavetas cheios de escarros, marcas de sangue, que eu nem sei mais aonde enfiar.
e não me ajuda mais.
aliás, nada me ajuda.
amo tu.
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