22 de janeiro de 2010

Em abril de 2007 virei profetiza,


Não quero mais ver que dentro está tudo podre.

Dez,
quinze,
vinte,
trinta,
quarenta ou
o suficiente para saber tudo o que posso saber sobre o sentir.
Passa um minuto, um dia, um ano e toda a minha vida encolhe e cabe dentro de uma caixa de mármore. Não um túmulo. Nunca um túmulo. Uma estátua dos dias bons que um dia foram.
Tanta dor, tanta dor, tanta dor.
Eu enxergo tudo aquilo. Enxergo tudo, como posso?
Tanta estranhez ao olhar o quê um dia é e hoje não sei se foi ou se apenas aspirou ser.
Estou tentando. Juro que estou tentando.
Fiz como você falou para fazer. Mas não sei porque, algo deu errado.
O ar que tentou entrar foi barrado pela falta daquilo que eles chamam de essência, ou vontade, ou Vida.
E a Vida olhou bem dentro dos meus olhos e ficou parada como se enxergasse dentro deles algo além.
Tentei fazer algo novo com o meu rosto, mas sempre fui imbecil transparente.
Fiquei esperando esperando esperando esperando.
Já percebeu que é a única coisa que eu faço? Um banco. Uma cama. Um chão. Uma parede.
E ninguém nunca chega. CARALHO, PORQUE NINGUÉM NUNCA CHEGA?
Porque eu sempre vou estar aqui. Não importa. Pode ser daqui há sete dias ou três anos. Eu vou estar.
Sempre a imbecil cheia da mais podre esperança de que um dia o sol vai nascer e iluminar meu quarto escuro.
Não vou mais esperar. Cansei de ficar aqui. Ou ali. Ou do outro lado da mesma parede de sempre.
Não é verdade.
Não é verdade. Pode ir, estarei aqui quando você voltar.

E isso se chama: A Ausência de Mim.




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