27 de dezembro de 2008

Sobre a praia.

O mar ia e vinha. Algumas vezes vinha perto demais, passava por mim e a cadeira afundava na areia. Outras vezes era o vento que vinha demais e secava a água salgada do meu corpo e quase me fazia sentir frio.
Também havia a saudade. O mar, o vento, a areia e a saudade. Em nove meses nunca fomos à praia. Aquela praia feia. A água tão bonita e a areia cheia de gente e de cor e de tudo que não é nada belo. Não que eu me importe muito. Só me importo com a saudade- que sendo minha ninguém pode acabar com a sua beleza triste e chorosa.
Não pode ocupar muito espaço, essa saudade. Lava-se a roupa, faz-se a unha, pinta-se o cabelo. Aquele livro de setecentas páginas vai se acabando. Aquelas barras de chocolate nem existem mais.
O que importa é gastar cada minuto rápido- o mais rápido possível. Quando perceber a saudade já não mais será nada além de vontade de ter mais do que já se tem. Ela ao meu lado de novo.

Um comentário:

BAR DO BARDO disse...

Uma crônica poética... Fico feliz porque ela voltou ao lado da narradora (eu lírico). Bom 2009!