7 de dezembro de 2008

Física.

Aqui a minha frente tem essa janela. Essa janela de vidro que escorre. Muito pouco, pouco, pouco. Amontoado de insignificâncias, mas olhando com atenção posso ver o resultado do que não fazia diferença.
Eu escorro. De fora para dentro. A lágrima volta, volta e volta: alaga o meu interior e salga as outras expectativas. O sangue não sai pelo corte que faço, ele volta e volta e volta: avermelha as salgadas expectativas.
Como o vidro estou escorrendo um pouco mais a cada segundo. Olhe com atenção e conseguirá ver o resultado do que nunca antes fez diferença alguma.
Olhe bem. Ou não olhe. Eu vou continuar escorrendo: eu e o vidro.

3 comentários:

Andressa Maiochi disse...

Nós temos tendência ao três, é muito engraçado.
Tu repetes e eu dou três características. Sempre.

Hahah, linda, linda. Linda.

=*

Marie-Annie R. disse...

Poético, lindo e doloroso...

BAR DO BARDO disse...

É diário ou literatura? Há uma tela cheia de furinhos entre as duas paradas?
Sei dizer que o texto se encaixa no caos e que as perguntas são meros elementos de retórica barata.
Tudo de bom, cara.