16 de novembro de 2008

Begging of the end.

O apartemento no décimo terceiro andar, ou no sétimo. Às cinco e dezoito da tarde do dia dezesseis de novembro de dois mil e oito o apartamento no décimo terceiro andar, ou no sétimo, desmoronou.
O sonho de uma boa vida. A vontade de amar para sempre. Os cabelos brancos e as colunas curvas.
Foram quase oito meses. Quase oito meses que nunca serão oito meses. Fui feliz por esse tempo: o tempo em que a vida me ofereceu a felicidade. Agora voltei a minha sobrevida. Agora voltei a ser quem eu sou. Sou e estou uma pessoa triste.
Demoro um pouco para me acostumar de novo com a dor. Deixar que ela entre de novo e more em meu quarto- um quarto de vida, uma vida inteira não cabe em mim. Para um tempo de vida todo, quase oito meses nada são. Para um tempo de vida todo miserável, quase oito meses de felicidade são tudo.
O desespero me acalma. Vou viver com o pedaço que dela restou em mim- de agora em diante, vou viver com o meu amor por ela. Refazer cada passo, ir a cada lugar. Viver de novo o que já foi- parar no tempo. A aliança agora na mão esquerda. A veia que vai do dedo anelar da mão esquerda até o coração. A dor me casou com ela. Minha esposa é solteira, de nada vale. Mas eu estou casada.
Esperarei até que a morte bata a minha porta. Esperarei que ela volte. Com o meu vestido preto e branco e cookies recem feitos. Esperarei até que tudo pare. Esperarei. Como sempre estive esperando.




Parece que eu sou outra pessoa. Eu não sei mais ser triste. Eu não vou mais conseguir ser triste.

Um comentário:

Rebecca Loise disse...

é de uma tristeza bonita nas bordas; dentro o oco que desespera sim.

(teu blog está esteticamente e inteiramente belo, Naty)